Uma equipe técnica formada por membros da Defesa Civil, Bombeiros, Capitania dos Portos e da Prefeitura Municipal de Santarém vistoria agora à tarde, o cais de arrimo de Santarém, no trecho compreendido entre as Travessas Senador Lemos e Sete de Setembro.
A vistoria deve resultar em um relatório técnico requerido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura que vai apontar a real situação do cais de arrimo, com estágio de erosão causado ao longo dos anos e riscos de desabamentos em conseqüência das atracações de barcos de pequeno e grande porte que nos últimos dias, em função da cheia dos rios, aumentou.
A concentração de embarcações em trechos do cais comprometidos com a erosão despertou preocupação da prefeitura, que teme por desmoronamentos.“É por isso que solicitamos um parecer técnico que possa nos respaldar para decisões que vamos tomar. Todas as secretarias estão trabalhando para amenizar os problemas causados pelas enchentes.
Preventivamente, interditamos ruas do centro comercial que estão ficando alagadas, improvisamos pontes, aumentamos o número de bombas na Orla e temos a Defesa Civil Municipal atuando incansavelmente em vários pontos do município. Enfim, é o governo presente nesses momentos difíceis e atípicos”, falou o prefeito de Santarém José Maria Tapajós.
Um relatório preliminar elaborado por técnicos do setor de engenharia da SEMINF aponta o trecho do cais de arrimo, entre as Travessas Visconde do Rio Branco e Sete de Setembro, em uma extensão de aproximadamente 150 metros, como o mais afetado pela erosão, cujo dano é visível.
A recomendação dos profissionais é pela interdição do local tanto para trafegabilidade de pedestres quanto para a atracação de embarcações.“Se o parecer de nossos técnicos for confirmado por essa equipe, faremos a interdição imediata desse trecho, pelo menos nesse período de enchente. É mais uma medida paliativa”, explicou Alba Valéria, Secretária Municipal de Infraestrutura.
A vistoria começou por volta de 16h30. O cais da Vila Arigó também deve ser vistoriado. Providências - A SEMINF solicitou à Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), a interdição de três vias na área central da cidade: as Travessas 15 de novembro e 15 Agosto, a Lameira Bitencourt e um trecho da Avenida Barão do Rio Branco.
A medida foi tomada devido o alagamento parcial das vias, ocasionado pelo alto nível do rio Tapajós e que já estava danificando o asfalto. Na Lameira Bitencourt e na Travessa 15 de Agosto, a SEMINF já colocou passarelas para deslocamento dos comerciantes, consumidores e demais transeuntes do centro comercial da cidade.
De acordo com o assessor especial da Seminf, Giovanni Marsalla, se forem necessárias mais passarelas, elas serão providenciadas. Em frente à Delegacia Fluvial de Santarém, mais uma bomba de sucção foi instalada pela prefeitura para diminuir o volume de água acumulada na Avenida Tapajós. Agora, são duas que fazem esse trabalho.
No total, a SEMINF está com 17 bombas espalhadas em pontos de alagamentos de Santarém: 08 no Uruará; 01 na Magnólia (Aeroporto Velho); 02 no Mercado Modelo e 04 na casa de bombas que funciona em frente ao supermercado Beira Rio, na Tapajós. Registro – Registros fotográficos feitos na manhã desta terça-feira (28/04) em Alter do Chão, mostram a invasão das águas na Vila.
CHEIAS PODEM FAVORECER O APARECIMENTO DE LEPTOSPIROSE
As enchentes provocadas pela cheia dos rios da região têm preocupado profissionais de saúde devido ao aumento do risco de proliferação de doenças, entre elas a Leptospirose, que é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem principalmente nas enchentes. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem.Segundo informações que estão à disposição na Biblioteca Virtual da Saúde, do Ministério da Saúde, os sintomas mais freqüentes da leptospirose são parecidos com os da gripe e da dengue, como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, podendo também ocorrer vômitos, diarréia e tosse. Nas formas mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar.
O doente pode apresentar também hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama e qualquer pessoa que tiver contato com essa água poderá se infectar. O tratamento da leptospirose é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados.
Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas pacientes em casos graves precisam ser internados. “Devemos adotar medidas preventivas para evitar o contato da nossa pele com a água de enchente, água parada, água de esgoto. Sabemos que isso é difícil nessa época do ano, mas é bom usar sapatos e botas para evitar o contato com a água de enchente”, disse o médico infectologista Paulo Afonso Abati.A pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente o Centro de Saúde mais próximo.
A leptospirose é uma doença curável, para a qual o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.
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