domingo, 28 de março de 2010

Ensaio para a velhice



Estou vendo o tempo passar e não sei o que isso quer dizer.

Vejo o contraste da virilidade presente em meu avô nos retratos antigos (e na minha memória)com os cabelos grisalhos e um andar devagar da realidade que se põe a minha frente.


Quando adolescente, prometi para mim mesma que, mesmo na inevitável ruptura com a idade tenra, conservaria em mim a vitalidade pura e sincera das crianças, unida a insaciável sede de viver pelas coisas boas e simples, sempre.


Hoje, aos 33, me afundei na ilusão de que estava perdendo o controle da situação. “A Crise” veio diante do espelho, que me insultava com sua franqueza ao expor que nada é eterno, e que não somos jovens e saudáveis a vida inteira. Os cabelos brancos aparecerem, a fraqueza física também, as dores musculares, os tremores .. e tantas outras coisas....


Essência? sabedoria? experiência? O que nos faz maduros? Os anos que se passam? A seriedade para o ato de trabalhar/viver/trabalhar? Esquecer a vida, esquecer o passado.


Não quero chegar ao fim da vida com tristeza nos olhos, mas também não quero decepcionar aqueles que depositam em mim a esperança de que um dia 'crescerei'.


Fiz minha escolha, num pacote completo com todos os erros e acertos, toda a dor e prazer, toda facilidade e dificuldade. Nem pior nem melhor, apenas um caminho.





Adaptado do Blog das 30 pessoas.
http://blogdas30pessoas.blogspot.com

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