domingo, 18 de abril de 2010

Há tempo (perdido) para tudo


Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou
Para tudo há uma ocasião certa

Mas tenho muito tempo
há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu

Temos todo o tempo do mundo
tempo de nascer e tempo de morrer

Todos os dias antes de dormir lembro e esqueço como foi o dia
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou

Sempre em frente
Deus pôs no coração do homem o anseio pela eternidade

Não temos tempo a perder
Não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem

Nosso suor sagrado é bem mais belo que esse sangue amargo
Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga?

E tão sério
Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão

E selvagem.
Selvagem.todos têm o mesmo fôlego de vida

Selvagem
e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade

Veja o sol dessa manhã tão cinza
Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo

A tempestade que chega é da cor dos teus olhos castanhos
Descobri também que debaixo do sol: no lugar da justiça havia impiedade

Então me abraça forte
Comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de Deus

E diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo
tempo de procurar e tempo de desistir

Temos nosso próprio tempo
Tempo de chorar e tempo de rir

Não tenho medo do escuro mas deixe as luzes acesas agora
tempo de abraçar e tempo de se conter

O que foi escondido é o que se escondeu
tempo de procurar e tempo de desistir

E o que foi prometido ninguém prometeu
nada se pode acrescentar, e nada se pode tirar

Nem foi tempo perdido
Tudo o que Deus faz permanecerá para sempre

Somos tão jovens... tão jovens.
Deus fará renovar-se o que se passou

Tão jovens
Para tudo há uma ocasião certa.


Renato Russo & autor de Eclesiastes

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