sexta-feira, 14 de outubro de 2011

" A música me ensina profundamente uma audácia no mundo de sentir-se a si mesmo "

Ainda tenho tempo, mesmo atrasada escrevo. Escrevo por necessidade, por liberdade e amor. Amor que só eu entendo, amor pela vida, amor simplesmente. Escrevo por ser minha forma de liberdade. Por vezes, bem melhores quando escritas, rascunhadas em papéis que não rasgam, assim as palavras me cabem melhor. Sei lá, a tempos não sentia isso, vontade de escrever, assim e aqui. Hoje, diferente dos outros dias a vontade bateu, cresceu, vingou e está aqui, em ação. Então escrevo...

E como sempre, é na hora, é o que é, é o que eu sinto, é o que vem a mente. E lendo mais um livro da Lispector (só pra variar um pouco) Um Sopro de Vida me deparei com a frase que se fez título. Parei, pensei, lembrei. E como sempre a salve, salve tem toda razão, tenho aprendido tanto com a música, com a disposição em ouvir ou melhor saber ouvir ou aprender a escutar. Por que embora não pareça existe uma diferença enorme entre ouvir e escutar.

 
Eu não sei se alguém consegue, mas eu não consigo ficar um dia sequer sem ouvir alguma música. O meu dia começa e termina com música.  É de lei, meu pai ao acordar a primeira coisa a fazer é ligar o rádio, e ouvir música. Toma banho, faz barba, penteia o  cabelo, com rádio ligado.  E depois liga a tv, para ver o Bom Dia Santarém.

Crescendo, crescendo, ouvindo, escutando, escutando, ouvindo. E mais músicas: Gal Costa, Marina Lima e Marisa Monte, Lucinha Bastos, Nilson Chaves e mais outras tantas. Toda e qualquer música.  Mudanças até chegar o Chico, ah Chico, Chico seu Buarque, Caetano, Djavan, Ana Carolina, Maria Gadu, Capital Inicial, Titãs, Legião, Mafalda Minotti, tantassss músicas  .... . Escutei, quer dizer ouvi e escutei, gostei e gosto .. amo música!

Para quê tudo isso? Pra dizer que não havia classificação e tudo requer paciência, tempo para saber a diferença entre ouvir e escutar. Classificar o que de fato agradava, fazia brisar, sair de mim. Hoje mantenho o hábito do pai, herança boa a gente não nega.Tudo sofrendo uma reviravolta, se transformando e sendo transformado, conhecendo gente e aprendendo a escutar, ouvindo e guardando, e sabendo que isso não para nunca. 
 
Sempre tem aquela música que lembrou aquela fase, aqueles amigos, aquele tempo. Algumas foram, outras ficaram, outras por vir. Mas sabe o que deixa mais feliz? Saber que hoje aprendi a ouvir e a escutar, mas principalmente "a audácia no mundo de sentir-se a si mesmo" através da música, sendo constantemente alterada, às vezes ouvindo e listando fora, às vezes escutando e listando para vida toda e vice e versa.
 
(*)texto 'roubado' e adptado ... blog das 30 pessoas.

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