E daí, chega uma hora que não gostamos mais de estar sozinhos.
O efêmero perde a graça. O sorriso arrancado pelo sentimento de liberdade vai se apagando e dando lugar a longos pensamentos solitários do tipo: “que saudade de ter alguém.”
Saudade de passar o final de semana inteiro em casa vendo filmes e comendo besteiras como se não houvesse amanhã. Saudades de sentir o corpo, mas não apenas corpo e sim o conhecido corpo. Acostumado corpo. A mão de sempre, que faz carinho no cabelo bem do jeito que a gente gosta.
Ela parece que sabe como encostar, ela simplesmente te encontra.
Saudade do cheiro, das posições costumeiras na cama. Saudade da presença ao voltar pra casa, da preocupação quando se está longe. Do telefone que toca e do jeito sempre igual de atender. Apelidos. Tons de voz. Pés se acariciando debaixo do edredon. O cheiro no travesseiro, as roupas perdidas pelo chão.
Saudade das conversas, dos silêncios e até das brigas bobas que terminam em beijos e pedidos de desculpas. Saudade de saber que tem alguém ali, que existe só pra você. Saudade de acordar dando beijo sem se importar com o gostinho ruim. Saudade de comprar uma escova de dentes nova, só para deixar na casa dele quando você esquecer a sua.
Saudade do ciúmes saudável, do cheirinho ao saír do banho. Da vontade de dormir abraçadinho.
Saudade até de sentir saudades, mas de alguém que logo volta.
Sentir isso tudo dura um dia, uma semana ou apenas um minuto.
Essa é a realidade de uma pessoa solteira. Num dia estamos bem com nós mesmos e noutro…Choramos as pitangas por estarmos com o coração vazio. [até que chegue alguém e dê um jeito de preenchê-lo].
Observe atentamente o caminho que seu coração aponta e escolha esse caminho com todas as forças.
(Provérbio hassídico)
(Provérbio hassídico)
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