Era só o que me faltava
Eu com febre de palavra
To com a alma inflamada
E por isso me incendeio
No meu corpo a sua entrada
Marca 39 e meio..
To doente
Tão literalmente
Que letras em ebulição
Evaporam-se pela minha mão
Buscando sua atenção
Seus olhos...
Sua leitura
Vejo o reflexo de minhas palavras nos seus óculos
Derrubo sua armadura
Você me aquece a veia poética
É da sua temperatura que meu sangue precisa
Com você eu fico hermética
Febril, eclética
E pouco concisa
É como se fosse um feitiço
Que não deixa esse amor ser ameno
E se eu não sei o que fazer com isso
Você então... muito menos
To sentindo frio
E só você me preenche o vazio
E me entrega a rima pronta
E me embeleza, e me apronta...
Por isso minha imagem se prendeu no seu espelho
Que coloquei num pedestal
Por isso to subindo de joelho
Todos os seus degraus
E posso chegar lá no alto
E me alojar no seu coração
Posso te roubar num assalto
E mudar sua direção
Talvez eu caia do salto
Ou morra na contra-mão
Mas antes disso vem aqui me medicar
Traz remédio no sorriso
Vem me curar no seu olhar
Que é do seu colo que eu preciso
Você vai ser a minha herança
De poesia em oração
Porque me sinto uma criança
Desejando a sua mão...
Yula Jorge
Um comentário:
Que interessante ver meu poema no seu blog... Adorei! Grande beijo e muita poesia na sua vida.
Yula Jorge
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