quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Um líder e o seu destino incerto

por Nelson Vinencci (*)

Esta eleição sepulta uma das maiores lideranças desta região: Lira Maia, que vinha de uma carreira de sucesso em Santarém, mas por erro de estratégia hoje entra para a história como mais um líder que depois de conquistar Brasília e tentar reconquistar a Prefeitura de Santarém afunda drasticamente nas urnas tapajônicas.

Claro que ele temia vir a ser candidato, deixou para os 47 do segundo tempo, mas na soma, inclusive da derrota, ele vislumbrou ganhar fôlego para tentar a reeleição para deputado federal com tranqüilidade. Tudo isso está em risco, pois Maria trouxe com ela o PMDB, que estava fora do executivo há 12 anos e hoje retorna em grande estilo.

Daqui a dois anos as obras do PAC estarão em fase final. Maria (PT) e Zé Antonio (PMDB) vão estar com o maior índice de popularidade do oeste paraense. Maia, em fim de mandato, se tentar a reeleição para federal vai ser muito difícil se eleger. Se permanecer no DEM, será quase impossível.

Maria vai ter força suficiente para sair para o Senado ou para a Câmara Federal, e o PMDB também tem um nome prontinho para esses cargos, chama-se Helenilson Pontes. Que deve surgir como a mais nova liderança da região, se preparando para ser prefeito em 2012 talvez com o apoio de Maria já que o PT ainda não tem um substituto.

O campeão de mandatos Antonio Rocha deve assumir o lugar de mediador já que numa suposta saída de Maria para o Senado Zé Antônio assume a prefeitura, então ele deve preparar o terreno para seu partido continuar numa reeleição disputando sabem com quem? Lira Maia, ele mesmo, e pode ter certeza que o PT vai ter candidatura própria.

Tudo isso me faz meio vidente, e você pode até estranhar, mas eu não acredito que Maria vá sair da prefeitura no último dia do seu mandato, e voltar para o Ministério Público trabalhar, interrompendo sua carreira por dois anos. Carlos Martins (PT) não pode concorrer para a prefeitura, então o PMDB é a bola da vez.

Assim, a história vai de desenhando com muitas surpresas. Nomes novos como Nélio Aguiar, Bruno Pará e outros devem surpreender nesta trajetória que se encaminha para a consolidação da democracia muito antes do novo estado, por que se antes de Lula sair do poder ele resolver criar o Estado do Tapajós, esqueça tudo o que escrevi aqui. A coisa deve virar de cabeça para baixo.
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