segunda-feira, 27 de junho de 2011

Terapia Nutricional na Cirurgia Bariátrica

A obesidade mórbida é uma síndrome crônica de difícil tratamento. O mesmo geralmente envolve dieta, atividade física, terapia comportamental, uso de medicamentos e, quando tudo isto falha, a cirurgia bariátrica. Esta cirurgia costuma ser indicada para indivíduos com IMC acima de 40kg/m2, que tenham feito tratamento clínico e acompanhamento nutricional por pelo menos 2 anos consecutivos sem sucesso e que apresentem co-morbidades como o diabetes, a pressão arterial elevada, a artrose ou a apnéia do sono. Mesmo optando-se pela cirurgia, o aconselhamento nutricional é muito importante visto que sem uma reeducação alimentar o risco de insucesso e ganho posterior de peso é grande.

A orientação nutricional no período pré-operatório tem como objetivos preparar o paciente para o programa de alimentação do período subseqüente à cirurgia e promover uma reeducação alimentar que possibilite a perda de peso sem que desenvolvam-se deficiências nutricionais.

Dependendo do tipo de técnica cirúrgica adotada o volume inicial aceitado pelo paciente varia entre 50 e 500mL por horário e a consistência da dieta é líquida para que o estômago não seja muito estimulado. Açúcar, gordura e laticínios são excluídos da dieta por aproximadamente 5 dias. Alimentos bem aceitos são água, água de coco, bebidas isotônicas, chás, sucos de frutas naturais coados, caldo de vegetais coados e gelatina diet. Após a primeira semana a dieta evolui e são introduzidos laticínios desnatados, sucos de frutas peneirados, sopa com carne liquidificada, temperos e pudins. Nesta fase os volumes ainda são pequenos e deve-se atentar bastante para a hidratação do paciente. Geralmente permanece-se com esta dieta por mais 15 dias, iniciando-se então uma dieta de transição para uma consistência mais pastosa. Pode-se incluir ovos cozidos moles, biscoitos misturados com leite, frutas raspadas ou amassadas e caldo de feijão.

A dieta pastosa pode ser necessária por mais 15 até 30 dias. É importante que a mastigação seja lenta e cuidadosa, que os líquidos sejam ofertados longe dos horários das refeições e que sejam escolhidos alimentos nutritivos, ricos em cálcio, proteínas, ferro, ácido fólico e vitaminas.

Seguindo-se a este período segue-se a dieta branda, com digestão facilitada pela cocção ou ação mecânica. Por isto excluem-se ainda alimentos muito fibrosos e consistentes e as refeições ainda são bastante fracionadas (6 a 9 vezes ao dia) com volumes pequenos. Esta fase costuma durar outros 15 dias quando o paciente torna-se apto a receber uma alimentação normal, ou aquela da família. Erros alimentares devem ser trabalhados e alimentos ricos em nutrientes devem ser escolhidos.

Na maioria das vezes a suplementação protéica e de vitaminas e minerais é necessária.

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