quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Leitura


Li e Recomendo.....
Obra: Matar ou morrer - caso Euclides da Cunha
Autora: Luiza Nagib Eluf
Editora: Saraiva
O tempo, mesmo que decorram os séculos, pode influir na sociedade, porém, tão apenas no que possa a evolução tecnicamente oferecer, mas não muda o homem no que é fertilizado nos seus sentimentos, isso no complexo tema relativo aos crimes passionais. Pois, impactante fato, consumado nos primórdios de 1900 e suas matizes, internam-se na mesma densidade dos episódios que se encaram, ainda, nos dias correntes.
Euclides invade a casa de Dilermando e leva a pior

Em 15 de agosto de 1909, Euclides da Cunha deixa sua casa e segue em direção ao bairro de Piedade, no Rio de Janeiro, decidido a matar ou morrer. O destino era a casa de Dilermando de Assis, tenente, amigo e sobrinho que há muito lhe tomava o coração da esposa. O objetivo do autor de "Os Sertões" não era outro senão colocar tudo em pratos limpos, em nome de sua honra.
Nesse dia ocorreu uma tragédia " conhecida como "Tragédia de Piedade" - " mas quem levou a pior foi Euclides da Cunha, e não Dilermando.
Euclides da Cunha, traído por sua mulher, teve morte trágica quando orçou-se o princípio da legítima defesa(da honra), como excludente de ilicitude, numa batalha judicial que, inclusive, contou com a energia de membro do Ministério Público (promotor), talentoso e implacável quanto ao efeito substancial, dessa soberana instituição.
Este é um livro sobre a vida e morte do escritor, sua esposa, seus filhos e seu rival. Se é verdade que muito já se escreveu sobre a história de Euclides, também é verdade que até o momento não existia um olhar feminino sobre o comportamento do intelectual brilhante que jamais superou a rejeição pela esposa. Informações técnicas sobre o processo e o julgamento do militar Dilermando de Assis chegam ao leitor com linguagem simples e objetiva. Além disso, enriquecem o livro fotografias e ilustrações relativas ao caso, todas pertencentes aos arquivos da Casa Euclidiana de São José do Rio Pardo. Associando o relato de uma extraordinária história de amor à análise técnica do caso, Luiza Nagib Eluf acaba por traçar um panorama da sociedade da época, conservadora e baseada em fortes valores patriarcais.

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