sexta-feira, 6 de junho de 2008

Diário de bordo - LEONI




SANTARÉM – HISTÓRIA QUE NÃO ACABA MAIS!
06/06/2008 · 04:31 · 8 comentários


Alter do Chão - não foi dessa vez que eu conheci
A chegadaPara quem acompanhou a saga amazônica até aqui e achou que podia imaginar como as coisas iam acontecer, enganou-se redondamente. A vida é realmente imprevisível.Chegando em Santarém em um horário adiantado demais para o almoço, já estava me contentando em tentar arrumar uma padaria para disfarçar a fome quando fui informado que o dono do restaurante Rayana estava nos esperando com vários pratos de Tucunaré e Pirarucu. Foi um banquete. Quase à altura do Ares da Manhã da TAM. Mais informações no Diário passado.
Depois de muitas danças e ritmos regionais, vamos, Andrea e eu – tocando pela primeira vez nessa formação sem guitarra – para o palco. O ShowPara a nossa surpresa, o show corre maravilhosamente, muitas nuances inusitadas,um público animadíssimo de umas quatro ou cinco mil pessoas.
O coro de “Garotos II” foi arrepiante. Emendando com “Os Outros” me senti um dos Beatles tal o entusiasmo da platéia.Aí começou o inusitado. Dediquei, como sempre, “Lado Z” à turminha do site – eu contei uns 20 – e comecei a canção. No primeiro refrão metade começou a pular loucamente e a outra começou a correr. A primeira coisa que me veio à cabeça foi “briga!”. Quem corria, corria muito. Só depois de alguns segundos eu me dei conta do pé d’água monumental que estava caindo.
A força da naturezaMuitos correram para se abrigar debaixo de árvores ou de qualquer lugar que oferecesse proteção, muitos foram embora. Mas a galera que ficou parecia mais excitada por conta da chuva. Como se precisasse acelerar para resistir à água e ao frio.
Do palco era impressionante a quantidade de água que descia do céu e já começava a criar verdadeiros rios nas ruas que circundavam a praia.Continuamos tocando, esperando que fosse passar logo. Emendamos em “Temporada das Flores” e, no meio do primeiro refrão a luz do show e o som do palco forma desligados pelos donos do equipamento.
A essa altura era um alvoroço de gente cobrindo a mesa de som, baixando toldo, colocando plásticos em cima dos amplificadores e correndo de um lado pro outro sem saber o que fazer. Sem ouvir nada, só uma sombrinha do que saía no PA – som que vai para o público – terminamos a canção e foi o fim. Tudo desligado. Nem se despedir era possível. Mas o público não ia embora e cantou “Como eu quero” à capella. Foi arrepiante.
Fomos até à beira do palco para os cumprimentos e não resistimos a aplaudir o público.Tentei ir para o camarim, mas era impossível. Chovia dentro. E muito. Ficamos no palco todo apagado esperando que o carro conseguisse encostar, mas estava difícil. Os fãs cercavam o carro na tentativa de falar comigo quando eu fosse entrar.
Um grupo na frente do palco, debaixo daquela chuva toda, queria falar comigo e me dar a mão mas o palco era alto demais para isso.Por fim o carro chegou pelo outro lado. Passamos por várias cachoeiras no palco e no camarim até chegar à saída lateral e quando chegamos à rua um frio no peito do pé que se espalhou rapidamente muito desconfortável me fez perceber que eu estava pisando num rio muito rápido e geladoque cruzava o chão da praça.O fim?A caminho do hotel, a cidade toda estava inundada.
Chegava a dar medo.Tantas horas de viagem para tocar apenas 8 músicas! Fui tomar banho e quando saí... a chuva já tinha parado. Foram 20 minutos de temporal e pronto.Decepcionados, entramos na van para irmos para o aeroporto.
Teve uma hora, já fora da cidade, que lá fora era escuro como breu – breu é tão escuro assim? – e, onde o farol iluminava, só se via floresta. Nessa hora o carro começa a andar bem devagar. Eu perguntei o que estava acontecendo, se era uma poça muito grande e a resposta foi de que o pneu tinha furado.Mais essa!
O contratante do show liga para alguém em Santarém e pede para vir com três carros rapidamente porque teríamos que parar.Ao menos não demorou muito para chegar o socorro e nos mudamos para os carros. Foi aí que descobri que estávamos a menos de um quilômetro do aeroporto.Agora é pegar o vôo para Belém, esperar umas três horas no aeroporto de lá e voar de volta para o Rio lá pelas 7:00h. Um pouco antes do meio dia devo estar em casa.
Se nada mais acontecer, é claro...
COMENTÁRIO


Leoni, Fiquei super preocupada quando vi que vc iria pra lá, o povo é maravilhoso, receptivo, alegre, tudo de bom, mas, o acesso a Santarem é muito difícil, as chuvas são uma loucura vem do nada e vão embora como vieram, lama, estradas ruins, uma loucura. Sinto que o show não tenha sido "completo", mas, com certeza foi maravilhoso e povo de lá jamais vai esquecer.quero te ver no camarim de araruama, por favor......bjão Márcia Brito
Márcia Brito Rio das Ostras (RJ) · 6/6/2008 09:29

Leoni,Tudo estava lindo! Um cenário perfeito ... até mesmo a chuva, e sua linda voz ecoando diante daquele temporal que insistia em cair, e todo público eletrizado com o misto de emoções ... Apesar de apenas 8 canções ... PARABÉNS!!!! Tenha certeza que você marcou na memória e no coração de todos que estavam ali, loucos por seu show.E como disse o poeta: " ... o que é bom deve durar o tempo suficiente para ficar marcado na memória ..." e por isso, VALEU!!!!Depois de vc outros são os outros e só.Tirei muitas fotos,depois escolherei algumas para te enviar ..Bjsssssssssss ..... cheios de carinhossss e até a próxima.BRENNDA MACHADO.
Brennda Santarém (PA) · 6/6/2008 09:39

Nossa, que foto linda... Deu muita vontade de conhecer Santarém...Uma pena todos estes imprevistos, mas a vida é assim mesmo, não dá para programar tudo... O importante é curtir o momento.E pelo que disse a Brennda, o show foi marcante e valeu a pena todo o esforço.Bjs
Patrícia Reina Taboão da Serra (SP) · 6/6/2008 10:00

Nossa deve ter sido lindo mesmo com tanta chuva... queria muito ter visto isso, espero que vc possa vir ao Pará em outras oportunidades ...
joseaneviana Belém (PA) · 6/6/2008 10:14

Hoje li seu post e vi sua referência ao post de ontem. Não pude deixar de encaminhar o texto para meus amigos.Assim como o Alê comentou da Varig, eu ainda sou funcionária da empresa e ri muito com o texto, principalmente com a descrição do serviço de bordo.Hoje, nossos serviços estão muito aquém do que deveria, mas me da orgulho de lembrar da época das vacas gordas da minha empresa. Meu sangue tbm é azul!!!E que aventura hein... deu até falta de ar!beijosss
** Fabi ** São Paulo (SP) · 6/6/2008 10:14

Nooooooooooooooooooooossa, mais uma aventura!!! Quem sabe esse diário não pode gerar outro livro de sua autoria um dia, com as aventuras que vc vive na estrada e no céu! Isso sem contar o que vc já deve ter passado nos anos 80 e 90, quando não ainda não tinha internet e muito menos os blogs.É Leoni, com a popularização das viagens aéreas, a grande demanda de passageiros fez com que a qualidade dos serviços aéreos caíssem mesmo. Acho que não deu tempo de as companhias se adequarem a tanta demanda, a tanta concorrência. Não só as companhias, como também os aeroportos... Aqui em Brasília mesmo, ainda há poucas "sanfonas", muitos aviões ficam longe mesmo, e o jeito é pegar o ônibus. E já aconteceu comigo de sair de um avião e entrar nele mesmo... Eu sabia porque eu tinha encostado a cabeça na janelinha e deixado ali um pouco do óleo constante que escorre da minha face, rsrs. E lá estava eu de volta na mesma poltrona, com a cara na mesma janelinha. Pra que fazer a gente sair do avião então????Mas se vc quer minha sinceridade, eu nem me importo muito... Eu nunca viajei tanto quanto tenho viajado desde a chegada da GOL ao mercado aéreo. Viajar 5 ou 6 vezes por ano, é algo que começou a fazer parte da minha vida há 7 anos atrás. Preços baixos, parcelamento em "x" vezes sem juros... Estou curtindo pacas isso, eu AMO viajar, sair da rotina é algo que me faz um bem danado, visitar pessoas queridas é um bálsamo para a minha alma. E como eu, muito mais pessoas estão viajando, até a nossa secretária doméstica já viajou de avião, tamanha está sendo a facilidade pra isso hoje em dia! Confesso que já me irritei sim, por várias vezes. Mas o que eu curto nas viagens, acaba anulando o estresse. Passa. E ficam as maravilhosas lembranças dos momentos deliciosos ao lado de pessoas queridas e lugares encantadores.Mas lógico que respeito pelo passageiro vai bem, explicações, consideração e talz... Mas por exemplo, a questão das refeições, olha, se eu pudesse escolher, escolheria baratear ainda mais as passagens aéreas e viajar sem "refeição", hehehe. Que houvesse uma agüinha, qualquer coisa pra beber, mas comida, nem faria questão... Afinal, não é proibido levar lanche. O que realmente importa pra mim, é decolar e aterrisar em segurança. Isso sim, faz toda a diferença. De resto, é só curtir o "depois". E eu sempre curto de montão! :-)E seu vôo para Santarém deve ter sido emocionante mesmo... Deve ter sido lindo ver tanta água e a floresta lá de cima. Um dia, serei eu... Meu sonho de conhecer a Amazônia tem que se realizar logo.
Helena Bsb Brasília (DF) · 6/6/2008 10:15

Putz, que aventura! Pena que foram só 8 músicas mas, pelo comentário da Brennda, o show foi ótimo. =]
Lucila São Paulo (SP) · 6/6/2008 10:22

Caramba Leoni! Que aventura esse show! A forma como você escreve me faz vivenciar tudo. E posso imaginar esse temporal todo. Pena que o público não pode conferir mais sua linda obra, mas as 8 músicas sem dúvida deixaram a sua marca registrada.Agora é hora de descanso...Beijos e parabéns pelo esforço de todos em conseguir fazer sempre o melhor!
Liginha Fernandes Nova Iguaçu (RJ) · 6/6/2008 11:50

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