terça-feira, 17 de junho de 2008

SANTARÉM - 347 ANOS





Localização Situa-se a 2º 24" 52" de latitude sul e 54º 42" 36" de longitude oeste, na região do oeste paraense, na meso região do Baixo Amazonas, na micro região de Santarém e localiza-se na margem direita do rio Tapajós, na sua confluência com o rio Amazonas. Dista cerca de 807 Km, em linha reta, da capital do Estado.
Área



22.887 Km²Área Urbano: 77 Km²Área Rural: 22.810 Km²
Limites
Norte: Alenquer;Sul: Rurópolis e PlacasLeste: Prainha;Oeste: JurutiNoroeste: Monte Alegre;Nordeste: Óbidos e JurutiSudeste: Prainha e UruaráSudoeste: Belterra


Hidrografia


A rede hidrográfica do município foi dividida em seis bacias, sendo:
BACIA DO RIO AMAZONAS: Abrange mais de 1/6 de toda a extensão territorial do município. O rio Amazonas tem grande importância para o município, não apenas pela sua alta navegabilidade e riqueza na variedade e quantidade de pescados, mas também pelas suas terras de várzeas, com elevada fertilidade natural, em virtude da deposição cíclica de sedimentos, ricos em nutrientes.Na bacia do Amazonas destacam-se, também, inúmeras comunidades com seus artesanatos em palha, madeira, cerâmica, etc.

BACIA DO RIO ARAPIUNS: Localizada na porção oeste do município, entre as bacias do Tapajós e do Amazonas, a Bacia Hidrográfica do Arapiuns ocupa uma superfície aproximada de 7.064 km², correspondendo a cerca de 28% de todo o espaço municipal. Último grande afluente do rio Tapajós, o rio Arapiuns é um rio de águas límpidas, muito pobre em fitoplâncton e, em consequência, em vida aquática.
Ao longo da bacia do Arapiuns, existem inúmeras comunidades que se destacam na fabricação de artesanatos, utilizando como matérias-primas palhas e cipós diversos, além de cerâmica, madeira, tais como Cuipiranga, Urucureá, Vila Gorete, São Pedro e São Miguel.

BACIA DO RIO TAPAJÓS: É a segunda em extensão territorial, dentro das terras do município. O rio Tapajós é o principal curso d"água, cortando a porção central da região, de sul para norte, numa extensão de 132 km, até desaguar no Amazonas, em frente à cidade de Santarém.
Em grande parte da bacia do Tapajós predomina uma vegetação exuberante, com presença de árvores de grande porte, às vezes com alturas de 25 m a 35 m, caracterizando uma Floresta Densa de terra firme, na qual está inserida a Floresta Nacional do Tapajós, na margem direita do Tapajós.
Na bacia do Tapajós, além da beleza cênica (praias, lagos), propícias ao turismo de lazer e ao turismo contemplativo (áreas com botos, pássaros), merecem destaque as comunidades que se dedicam ao artesanato (palha/cipós/fibras, madeira, cerâmica), tais como as comunidades de Alter do Chão, Vila Franca, Anumã e Solimões.

BACIAS DOS RIOS MOJU, MOJUÍ E CURUÁ-UNA: As bacias dos rios Moju, Mojuí são tributárias da bacia do rio Curuá-Una e formam juntas toda a malha hídrica existente na chamada "Região do Planalto", composta por inúmeros igarapés e rios de pequeno porte, todos convergentes para o rio central, o Curuá-Una. Juntas perfazem um total aproximado de 9.986 km², ou cerca de 37,65% de todo o município, ocupando a porção leste da região.
A bacia do Curuá-Una, no extremo oriental, tem uma superfície aproximada de 4.055 km², representando cerca de 15% de todo o espaço municipal. O rio Curuá-Una, afluente da margem direita do Amazonas, é o principal curso d"água.
A bacia hidrográfica do Moju situa-se na porção centro-sul do município, entre as bacias do Curuá-Una e do Mojuí. Ocupa uma superfície aproximada de 3.325 km², ou cerca de 12,50% de todo o espaço municipal. O rio Moju, afluente da margem esquerda do Curuá-Una, é o principal curso d"água.A bacia do Mojuí está situada na porção central da região circundada pelas bacias do Tapajós, Amazonas, Curuá-Una e Moju. Ocupa uma superfície com cerca de 2.605 km², ou 9,80% do espaço municipal. O rio Mojuí, afluente do Moju, é o principal curso d"água.

Fontes: Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento: Plano Municipal de Agropecuária. Programa de Integração Mineral em Municípios da Amazônia - PRIMAZ: O Potencial Turístico do Município de Santarém. 1997.

















1542 - Primeira referência escrita de que se tem notícia com relação ao contato de brancos civilizados com os índios Tupaius ou Tapajós, onde se relata que Francisco Orellana saqueou as plantações de roça e milho desses índios.
1626 - Pedro Teixeira - Capitão Português - Chega à taba dos Tupaius com o objetivo de comprar silvícolas prisioneiros de guerra de outras tribos, para depois escravizá-los. No entanto, os Tupaius não aceitavam esse tipo de negócio, cabendo ao Capitão adquirir esteiras e outras curiosidades, além de manter um ótimo relacionamento com os índios.
1639 - Bento Maciel - Sargento-mor da Capitania do Cabo Norte - investe de surpresa sobre a aldeia dos Tapajós, com fúria implacável, dizimando grande número de índios.
1659 - Padre Antônio Vieira - Primeiro Jesuíta que veio expressamente ao Tapajós.
1661 - 22 de junho: Padre João Felipe Bettendorf instala missão na aldeia dos Tapajós, dando origem à cidade de Santarém.
1697 - Inauguração da Fortaleza do Tapajós.
1757 - Extinção das Missões Religiosas.
1758 - Aldeia dos Tapajós é elevada à categoria de Vila pelo Capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado (governador da Província do Grão-Pará), recebendo o nome de Santarém.
1761 - Um século após a construção da primeira capelinha de Nossa Senhora da Conceição, é iniciada a edificação da nova igreja mais a leste.
1819 - Visitam a Vila de Santarém os cientistas europeus Carlos Frederico Von Martius e Johann Baptist Von Spix.
1828 - O Legislativo passa a denominar-se Câmara Municipal, através de Lei Imperial.
1829 - 1 de junho: Instalação da primeira Câmara Municipal.
1835 - Início da Cabanagem - movimento revolucionário popular, cujo nome deriva do fato de que a grande maioria dos revolucionários era de origem humilde, habitantes de barracas ou cabanas.
1848 - 24 de outubro: A Vila de Santarém, pela Lei nº 145, é elevada à categoria de Cidade.
1853 - Início da construção da antiga Prefeitura Municipal.
1853 - Outubro: Circula em Santarém o primeiro jornal da cidade com o nome de Amazoniense.
1867 - 17 de setembro: Chegada a Santarém dos primeiros confederados norte-americanos para instalar colônia.
1888 - 13 de maio: Santarém antecipa-se à Lei Áurea extinguindo a escravatura.
1896 - 28 de junho: Inauguração do Teatro Vitória.
1900 - 3 de maio: Inauguração do Grupo Escolar de Santarém (atual Frei Ambrósio). É a mais antiga escola em funcionamento na cidade de Santarém.
1903 - 21 de setembro: Criação da Prelazia de Santarém, através do decreto "Romani Pontifices" do Papa Pio X.
1904 - 29 de setembro: Instalação solene da Prelazia de Santarém e posse do primeiro prelado Monsenhor Frederico Benício de Sousa Costa.
1907 - 3 de agosto: Chegada a Santarém dos primeiros franciscanos chefiados por Frei Amando Bahlmann.
1908 - A Prelazia de Santarém é oficialmente confiada aos franciscanos, sendo Frei Amando Bahlmann nomeado Prelado.
1910 - Fundação da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição por Dom Amando Bahlmann e Madre Maria Imaculada.
1915 - 31 de maio: Inauguração do novo convento e orfanato de Nossa Senhora de Lourdes (atual Colégio Santa Clara).
1918 - Criação e funcionamento da Escola São Francisco por Frei Ambrósio Philipsenburg.
1919 - 29 de novembro: Realização do primeiro Círio de Nossa Senhora da Conceição em Santarém.
1928 - Chegada a Santarém de navios trazendo homens e máquinas enviados por Henry Ford para a implantação da Companhia Ford Industrial do Brasil. Fordlândia (município de Itaituba) e depois Belterra (município de Santarém) foram os locais escolhidos pelos técnicos de Ford para o cultivo em grande escala da seringueira.
1940 - 2 de julho: Inauguração do primeiro estabelecimento bancário em Santarém, sub-agência do Banco do Brasil S/A.
1942 - Criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) através de acordo firmado entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América do norte. Mais tarde, já sob a tutela exclusiva do governo brasileiro foi transformado em Fundação.
1943 - 14 de março: Inauguração do Ginásio Dom Amando.
1943 - 25 de junho: Chegada a Santarém dos quatro primeiros sacerdotes franciscanos da Província do Sagrado Coração de Jesus, dos Estados Unidos da América do Norte.
1948 - 16 de março: Instalação da Escola Técnica de Comércio do Baixo Amazonas Rodrigues dos Santos.
1948 - 15 de outubro: Criação do Instituto Batista de Santarém.
1948 - 24 de outubro: Inauguração da Rádio Clube de Santarém.
1954 - 24 de outubro: Inauguração do Serviço Telefônico de Santarém, com duzentos aparelhos automáticos, instalados pela Empresa Telefônica de Santarém Ltda.
1960 - Instalação do Ginásio Normal São Raimundo Nonato, dirigido pelas Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo.
1962 - 1 de maio: Realização da solenidade de lançamento da pedra fundamental para a construção da primeira escola pública a nível secundário Colégio Estadual Prof. Álvaro Adolfo da Silveira.
1964 - 5 de julho: Inauguração da Rádio Emissora de Educação Rural de Santarém Ltda.
1969 - 12 de setembro: Inclusão de Santarém na Área de Segurança Nacional, através do Decreto Lei nº 866. A partir desse momento, o santareno não mais poderia escolher o seu prefeito, que passaria a ser nomeado pelo Presidente da República.
1970 - 14 de julho: Criação da Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), através do Decreto nº 7.125. A instalação oficial deu-se a 24 de julho.
1970 - 24 de agosto: Chegada a Santarém do Destacamento Precursor do recém-criado 8º Batalhão de Engenharia de Construção, do Exército Brasileiro, objetivando a implantação da rodovia Santarém-Cuiabá.
1970 - 12 a 19 de dezembro: Realização do 1º Festival de Música Popular do Baixo Amazonas.
1971 - 14 de outubro: Implantação do Campus Avançado da Universidade Federal de Santa Catarina em Santarém.
1974 - 11 de fevereiro: Inauguração do Cais do Porto de Santarém pelo Presidente da República General Emílio Garrastazu Médici.
1977 - 19 de agosto: Inauguração da Hidrelétrica do Curuá-Una, primeira hidrelétrica construída na Amazônia.
1979 - 26 de maio: Inauguração da TV Tapajós, pioneira em Santarém.
1980 - 6 de dezembro: Inauguração da estação rastreadora de Santarém pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), possibilitando assim o funcionamento de canais de telefonia, telex e a captação de transmissões de televisão.
1981 - 12 de julho: Inauguração do Anfiteatro Joaquim Toscano na praça Barão de Santarém.
1985 - Criação em Santarém da primeira instituição de ensino de 3º grau do interior do Pará, o Instituto Santareno de Ensino Superior (ISES).
1985 - 15 de novembro: Eleição direta para prefeito, conforme decisão do Congresso Nacional, para municípios de área de segurança nacional.
1987 - 11 de março: Reinauguração da Casa de Cultura de Santarém, que por Decreto do Governador Jáder Barbalho passou a chamar-se Casa de Cultura Historiador João Santos.
1987 - 11 de março: Inauguração da primeira etapa do Estádio Jáder Barbalho.
1990 - Instalação em Santarém da Universidade Luterana do Brasil.
1991 - 22 de junho: Inauguração do novo prédio da Prefeitura Municipal Palácio Senador Jarbas Gonçalves Passarinho.
1993 - 20 de agosto: Implantação do Pólo Santarém da Fundação Carlos Gomes pela professora Maria da Glória Boulhosa Caputo.
1994 - 10 de agosto: Instalação da Escola de Música Maestro Wilson Fonseca, nas dependências da Casa de Cultura.
1995 - 15 de setembro: Posse do maestro Wilson Fonseca em Belém na Academia Paraense de Letras.
2001 – Inauguração da Orla de Santarém e do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES.
2002 – Falecimento do Maestro Wilson Dias da Fonseca (Isoca).
2003 – Inauguração da Cargill em Santarém.
2007- Chegada do novo Bispo de Santarém, Dom Esmeraldo.

Referências Bibliográficas:
FONSECA, Wilde Dias da - Santarém: Momentos Históricos, 1996.


ARTESANATO

Segundo estudos da cientista americana Ana Roosivelt, a cerâmica tapajônica é de fato o artesanato mais antigo do povo da região do Tapajós, testes realizados nos EUA pela pesquisadora em peças recolhidas na região que hoje é Monte Alegre, cidade vizinha a Santarém, foi detectado que foram produzidas há mais de seis mil anos, desde esse tempo os habitantes desta região já faziam peças como vazo de gargalo, vazo cariátides e outros utensílios de suas necessidades.
Depois vem as plumagens do artesanato indígena, cocas, maracás, brincos e colares, temos também como referência as cuias pintadas, segundo pesquisa do artista plástico e folclorista Laurimar Leal as cuias vieram de Monte Alegre em meados de 1850 para Santarém, cuias pintadas, cuias bordadas que se tornaram famosas, artesãos como Antônio Galo, Joaquim Galo, João Fona foram pioneiros na arte de pintar as cuias utilizando a técnica do cumaquê para torná-las da cor preta.
Observa-se duas técnicas utilizadas pelos artesãos, a primeira se pintavam paisagens regionais nas cuias, com tintas desenvolvidas pelos artesãos utilizando os tingimentos retirados das sementes coloridas da floresta onde cada um buscava sua maneira de fazer suas próprias tintas, a segunda é o bordado aplicado de canivete onde traços utilizados em cerâmicas eram riscados nas cuias dando assim relevos de combinações entre o preto do cumaquê e a cor original da cuia.
Uma artesã famosa de Santarém na década de 40 chamava-se Eiláh Gentil que trabalhava com patichouli e plumário, peças onde plumas se entrelaçavam com as raízes do patichouli com criatividade e a arte impar da artesã, na década de 50 surgiu as bonequeiras, mulheres artesãs que faziam bonecas utilizando produtos da floresta e outros utensílios contemporâneos, as bonequeiras foram desaparecendo com a produção industrial que trouxe as bonecas mais sofisticadas de porcelana e outras resinas atuais.
Nesta mesma época na Tecejuta industria de fibras santarena, se trabalhava o macramê, é uma técnica holandesa de tecer fios de juta através de nós, com variados modelos criativos com um resultado final de mantas de tecidos diversos que depois se tingiam para o uso no comércio como sacaria, como estandarte, painéis, pano de tela para pintura e outras formas criativas que os artesões encontravam para produzir arte através do macramé.
Uma curiosidade, em 1661 quando João Felipe Bettendorf chegou a Santarém ele não trouxe uma imagem de Nossa Senhora para mostrar aos índios, então ele teve que pegar o que tinha na época para retratar a imagem da Santa, segundo pesquisa de Laurimar Leal, o padre pegou um toupé, que é um tecido de palha de buriti e com seu talento pintou a imagem de Nossa Senhora, que segundo a história foi a primeira imagem a estar em uma capela em Santarém.
Hoje o artesanato santareno tem trabalhos belíssimos, artesãos buscam combinações entre a matéria-prima retirada da floresta e os materiais mais contemporâneos, essa combinação do moderno e o natural tem mostrado resultados fascinantes nas peças do nosso artesanato, caixas para presentes, panos de mesa, raizes entrelaçadas com objetos e sementes, tudo de muito bom gosto e criatividade. Nosso artesão tem buscado na floresta respostas positivas para seus trabalhos mais criativos.

• A Pintura Santarena

Nossos Índios dominavam a pintura corporal, o artesanato, a escultura, as caretas feitas de barro com traços rústicos da cultura do povo da floresta. Felipe Bettendorf fundador da cidade, ao chegar pintou a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que foi o primeiro trabalho da pintura contemporânea que se tem notícia, Bettendorf era jesuíta alemão, não se tem preservado nenhuma pintura do mesmo, apenas sabe-se que pintou diversos trabalhos na época.
A pintura santarena, no início, como nas Américas vem da influência européia, berço da compreensão das artes, existem relatos de pesquisadores da história da cidade que o Dom Amando, segundo Bispo de Santarém que era alemão, pintava e desenhava muito bem, fazia desenhos de casas e prédios da cidade, utilizando uma técnica chamada de água forte uma espécie de aquarela com traços europeus.
Sabe-se também que a influência americana veio através dos Irmãos da Santa Cruz, do Colégio Dom Amando, como os Irmãos Gerônimo que dominava a pintura e Irmão Genard Green, que além de artista plástico era ator. Muitos artistas estrangeiros passaram por aqui durante a fundação de Santarém e deixaram algumas obras com recursos da época. Os americanos que passaram em Fordlândia e Belterra, pouco influenciaram na pintura daquela região que antes pertencia a Santarém.
Assim percebemos que a influência da Igreja Católica foi determinante nas artes plásticas da nossa cidade. Este espaço está destinado a arte santarena, vamos publicar relatos históricos, pesquisas e trabalhos de nossos artistas, com a intenção de divulgar a pintura santarena para o mundo. Santarém tem seguimentos da pintura diferenciados, desde artistas que pintam cuias aos da tela, das galerias e do atelier. Assim vamos mostrando em primeira mão um dos ícones da arte santarena, Laurimar dos Santos Leal.

Laurimar Leal, artista no sentido mais exato da palavra, é a própria arte em pessoa, fala diversas línguas, pinta através de diversas técnicas, é artesão, folclorista, possui uma voz privilegiada, compositor, músico, escultor e pesquisador do mundo das artes. Tem uma base de
conhecimentos extremamente sólida, coerente e dono de uma humildade impar.
Esse gênio da arte, nasceu em Santarém no dia 24 de julho de 1939, estudou influenciado por padres da época com orientações dos intelectuais da Igreja, sua formação não se deu nas escolas e sim orientado por grandes estudiosos que moravam na cidade na época, como os irmãos do Colégio Dom Amando, padres italianos e alemãs que viveram algum tempo por aqui. Laurimar foi um privilegiado.
Formou uma base de conhecimento bastante evoluída para época, ao
colocar em prática o resultado foi algo deslumbrante aos olhares da sociedade, dominava diversas técnicas tanto da pintura como para esculpir, fazer estatuetas, pois foi preparado para fazer imagens para as Igrejas, teve acesso a bons livros vindos da Europa com padres que aqui passaram, aprendeu a falar francês fluentemente, estudou a história dos movimentos da arte incorporando aos trabalhos que desenvolvia.
Fundou um movimento artístico cultural em Santarém que logo atravessou fronteiras, teve discípulos, formou artistas em diversas áreas da arte e muito mais, foi pioneiro como carnavalesco e criador de alegorias folclóricas em Santarém. Hoje, Parintins através dos Bois Caprichoso e Garantido reconhecem a importância deste artista que viajou pelo mundo, conheceu a Europa, berço da arte, teve contato com artistas importantes no mundo. Laurimar é realmente um fenômeno.
Para ilustrar e justificar o que estamos dizendo, hoje os artesãos de Parintins estão invadindo o Sudeste do Brasil com suas alegorias, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo se vê artistas de Parintins assinando alegorias de carnaval, pois bem, essa técnica que faz a alegoria se movimentar durante um desfile é necessário o conhecimento em robótica, Laurimar foi o pioneiro dessa técnica, trabalhou para os bois de Parintins na década de 70, claro que com criatividade e utilizando recursos possíveis ele deu início a este tipo de alegoria que é um sucesso atualmente.
Perguntamos a Laurimar o que ainda pretende realizar na vida e nas artes, ele nos disse: “Voltar a enxergar pra fazer o que eu vim fazer, que ainda não acabei de fazer...”. Luarimar está perdendo a visão, mas já trabalha a técnica de pintar com os dedos, através do tato, é impressionante a capacidade de adaptação do artista, continua produzindo dentro da sua proposta que sempre foi pintar o lendário amazônico que o levou para muitos cantos do mundo, as lendas amazônicas despertam inspirações sobrenaturais, segundo ele, vai continuar este trabalho, pois ainda resta muito a fazer.

Laurimar tem obras espalhadas pelo mundo, inclusive em museus da Europa.
• Galeria de Fotos
Laurimar produzindo em óleo sobre tela, o lendário amazônico.
Na França no Louvre, detalhe do quadro da Mona Lisa por traz.



Na França no Museu Louvre


Na França, Arco do Triunfo


Exposição de Laurimar em Santarém
Escultura em bronze.


Assemblagem, técnica que mistura colagem de objetos e pintura a óleo sobre a tela.
Óleo sobre tela O Saci.













ASPECTOS ECONÔMICOS


Agricultura: Temporárias (mandioca,
milho, feijão, arroz e soja);

Permanentes (laranja, banana, abacaxi, tangerina).

Pecuária: Bovino, suíno, bubalino, eqüino,muar, caprino, ovino.

Avicultura: Frangos de corte, ovos.

Extrativismo: Exploração de madeira, pesca, extrativismo vegetal, borracha, castanha-do-pará, copaíba, andiroba e outros.

Comércio: Confecções, calçados, móveis, utensílios domésticos, eletro-eletrônico e outros.

Indústria: Setor de produção de alimentos, construção civil, artefatos de madeira, torrefadoras de café, padarias.

~Informações "roubadas" do site oficial da Prefeitura Municipal de Santarém.

Um comentário:

Lia disse...

Que interessante, este é um dos poucos artigos onde consta esse fato, minha avó, Eilah Gentil Vieira, inventou o leque de patchouli entremeado com penas para ajudar no sustento da casa. Minha mãe, ainda bem menina, saia vendendo nas portas dos hotéis... Agora a invenção de vovó é artesanato típico da região. ;-)
Que bom que foi assimilado e continuará sendo produzido!! Ainda que nem todos saibam da história por trás disso...