quarta-feira, 2 de julho de 2008

Vítima da Lei Seca


A lei seca no trânsito trouxe problemas para um padre que viaja bastante e celebra várias vezes por dia o momento em que o vinho se transforma no sangue de Cristo.

Na missa, a eucaristia é um dos ritos mais importantes. Para os católicos, o momento em que o vinho se transforma em sangue de Cristo.

Padre Antonio não precisou mudar os hábitos, mora perto da paróquia e quando sai para rezar a missa pode ir a pé. Mesmo assim não abusa do vinho.

“A gente coloca um pouquinho de vinho que se toma num único sorvo. É só um gole de vinho”, conta Antônio Hoffmeister, padre.

A tradição de tomar vinho durante as celebrações é milenar. Mas agora, com a lei de tolerância zero ao álcool, muitos padres precisaram se adaptar
para continuar rezando missas pelo interior do país.

Padre Silvério dirige cerca de 14 quilômetros num dia de trabalho. Aos domingos, reza até cinco missas em cidades diferentes do Rio Grande do Sul. E para cumprir o roteiro, o sacerdote parou de beber.

“Eu coloco a hóstia só um pouquinho no sangue de cristo e tomo isto. Porque eu sou motorista”, diz Silvério Shneiders, padre.

A tarefa de tomar o vinho consagrado ficou por conta da ministra da eucaristia, que não precisa dirigir depois da missa.

“A gente respeita a lei. É brasileiro como todo mundo”, fala Noemia Agostini, ministra da eucaristia.

“Uma iniciativa que eu tomei e penso que esta liturgicamente correta e que ao mesmo tempo ajuda a resolver uma questão com a qual eu estou completamente a favor”, declara o padre Shneiders.

Não há uma orientação oficial da Igreja aos padres, mas uma coisa é certa: com ou sem a lei seca, o vinho permanece no altar.

“Não podemos mudar o que Jesus Cristo instituiu, a celebração com as espécies, o pão e com o vinho”, diz Hoffmeister. (Jornal da Globo)



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